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23/11/2018 - O TIMONEIRO - Risco de greve ameaça todos os hospitais da cidade


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Comunicação Sindicato

Confira a matéria original clicando aqui.

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"Risco de greve ameaça todos os hospitais da cidade
23 de novembro de 2018 | Destaques, Saúde.


A crise pela qual passa o sistema de saúde de Canoas se agrava semana após semana. Como informado na última edição do jornal Timoneiro, foram implementadas uma série de medidas de gerenciamento que impactam o atendimento prestado à população. Entre elas, a restrição aos atendimentos no Hospital de Pronto Socorro de Canoas, passando a receber apenas pacientes de urgência e emergência, e o cancelamento de procedimentos eletivos no Hospital Universitário de Canoas. Diante do contexto, entidades de representação sindical convocaram assembleia extraordinária entre funcionários do HU, HPSC e Graças para a quinta-feira, 29. Na ocasião, pode ser definido o indicativo de greve. Tanto a Prefeitura como o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp) defendem que a situação ocorre por atraso de repasses do governo estadual.

Assembleia

Convocada pelo Sindisaúde, Sergs, Sindifars e Sinttargs, a assembleia será realizada na entrada principal do Hospital Universitário, às 20h30. Na pauta estão debates e análises de atrasos de salário, férias, pagamentos de rescisões contratuais, além da possibilidade de atraso no pagamento de 13º salário. Também serão discutidos os movimentos adotados pelos funcionários, com possibilidade de paralisação caso a situação persista.

Simers

“A situação é insustentável, os médicos não aguentam mais. Nós já vimos essa situação se repetir inúmeras vezes, de maneira cíclica. Quantas vezes mais vamos ter que denunciar esse cenário caótico para que se tomem atitudes definitivas?”, questiona a diretora do Simers Gisele Lobato. De acordo com o sindicato, é preciso dar uma basta no que chama de jogo de empurra: “tanto o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp) quanto Prefeitura Municipal de Canoas precisam assumir suas responsabilidades e demonstrar comprometimento em solucionar o quadro. O mesmo vale para o governo do Estado que, ao não honrar com os repasses, colabora para que as soluções fiquem mais distantes.”

Dívida

Segundo o ofício nº 532/2018, enviado pelo Gamp à Secretaria de Saúde de Canoas, no dia 14 de novembro, a Prefeitura não cumpriu, ou cumpriu parcialmente, a execução do cronograma físico financeiro previsto, onde foi consolidado um termo de haveres, atualizado desde dezembro de 2016 até setembro de 2018, somando o valor de R$ 128.203.410,87.

Questionadas, as instituições não esclarecem qual é a proporção dessa dívida com relação aos R$ 37 milhões devidos pelo governo do Estado. O Gamp apenas informou que a execução do cronograma físico financeiro previsto é tema de debate permanente com a prefeitura de Canoas.

Estado

O governo do Estado, após o anúncio de suspensão de atendimentos em Canoas, emitiu nota oficial reprovando a medida e considerando a decisão como “unilateral”: “Durante o corrente ano, o Estado já repassou R$ 100 milhões para Canoas; Até esta data (19/11), encontra-se em aberto R$ 17 milhões (que correspondem aos incentivos estaduais dos meses de agosto e setembro de 2018 e deverão ser repassados tão logo o fluxo financeiro permita) e R$ 7 milhões referentes a seis meses de programas municipais; O município de Canoas vem apresentando diversos problemas de gestão que estão impactando os compromissos assumidos junto ao SUS. Entende a SES que, em tal situação, os gestores deveriam, através do diálogo, buscar alternativas para evitar prejuízos maiores à população.

Prefeitura

O governo municipal rebateu a nota emitida pelo governo do Estado: “Causa espanto ao Município de Canoas que a Secretaria Estadual da Saúde fale em suspensão de atendimentos de forma unilateral, quando o melhor seria assumir sua omissão e incapacidade de resolver problemas. Pouco importa o montante repassado no decorrer do ano se há atrasos consideráveis. O que está em aberto com o município de Canoas são R$ R$ 37.106.000,00 até a data de 19/11, sendo R$ 30 milhões para os hospitais de Canoas e R$ 7 milhões para a atenção básica. Portanto, os valores são maiores que os apresentados pelo Estado. Diante do caos sanitário e assistencial, lastimamos a falta de gestão Estadual e informamos que não restou outra alternativa à Canoas que não fosse a suspensão dos atendimentos eletivos”.