MANIFESTO DAS(OS) TRABALHADORAS(ES) DA SAÚDE
Para uma saúde pública de qualidade, trabalho de qualidade!
Mais investimento e valorização das(os) profissionais da saúde!
A saúde pública no Brasil teve uma evolução lenta e desigual entre as classes sociais, sendo garantida de forma universal somente após a promulgação da Constituição Federal de 1988 e com o advento do Sistema Único de Saúde (SUS), considerado o maior sistema de saúde pública do mundo.
Mesmo sendo referência mundial, o SUS tornou-se um sistema sucateado e defasado por quem deveria garantir sua subsistência. Mesmo assim, na pandemia da COVID-19, o SUS prestou uma resposta histórica! E isso se deveu muito mais à dedicação de seus servidores do que pela política do governo negacionista então no poder.
No próprio Grupo Hospitalar Conceição (GHC), com a vitória de Lula para a presidência da República, derrotando o genocida e agora réu Jair Bolsonaro, houve uma expectativa muito grande entre a classe trabalhadora em relação aos avanços nas relações e condições de trabalho.
Entretanto, faltando 19 meses para as eleições gerais no país, nos deparamos com uma realidade totalmente oposta: criação de diretoria, novas gerências e 16 novos cargos comissionados, todos ocupados com viés político-partidário, sem a efetiva preocupação com uma gestão profissional e sem perfil de liderança.
Resultado: falta de planejamento, processos de trabalho fragmentados, subdimensionamento nas equipes da enfermagem e higienização hospitalar, manutenção preventiva precarizada, avanço óbvio nas terceirizações de serviços, prática assediadora e a promessa da garantia da saúde do trabalhador que não saiu do papel.
Somos nós, que cuidamos do povo brasileiro na pandemia, que hoje, Dia Mundial da Saúde, afirmamos:
Você não fica sabendo porque omitem, mas relatos de colegas que tentam tirar a própria vida pela pressão no trabalho são rotineiros nos hospitais!
O assédio dentro dos hospitais corre solto! Chefias e gestores poderosos acham que podem tudo, inclusive acabar com nossa saúde mental.
Alguns desses mesmos patrões, a maioria já filhos de famílias de boa condição financeira, recebem verbas da União para pagar o piso da enfermagem e simplesmente não pagam!
Atraso de salários, sumiço do FGTS, férias que não são tiradas em menos de dois anos... esses não são problemas só de Canoas, como você viu no noticiário. Está acontecendo em todos hospitais!
O QUE NÓS, TRABALHADORAS(ES), QUEREMOS:
- O óbvio: nossos direitos mais básicos pagos em dia!
- Isso inclui o nosso piso da enfermagem, direito arrancado em décadas de luta!
- QUE PAREM DE NOS ASSEDIAR E ACABAR COM NOSSA SAÚDE!
- ACIMA DE TUDO, queremos que invistam em GENTE, EM TRABALHADOR(A)! Se isso acontecer, não vai haver mais emergências lotadas, pois não haverá trabalhador(a) afastada(o) em razão de saúde mental, e com salários decentes, ninguém deixará a saúde.
Nós amamos fazer saúde. Mas precisamos que cuidem da nossa saúde, também.
Em defesa da saúde pública: universal, integral e gratuita.
“SAÚDE: DIREITO DE TODOS, DEVER DO ESTADO”