Trabalhadores de várias categorias do Hospital de Clínicas de Porto Alegre se reuniram em Assembleia Geral Extraordinária chamada pelo Sindisaúde-RS, nessa terça-feira (20), e decidiram pelo início da campanha das 180h. São higienizadores, auxiliares de farmácia, funcionários da rouparia, lavanderia, administrativo, manutenção, costura, técnicos de nutrição e vigilantes que atualmente trabalham em regime de 200h mensais e buscam a redução da carga horária, sem diminuição dos salários, a exemplo da conquista recente dos higienizadores do GHC.
Na mesa de trabalho da Assembleia, a diretora do Sindisaúde-RS Maria Luiza Donelles Alves (à direita), o presidente do sindicato, Julio Jesien, e a advogada Fernanda Palombine Morales, representando o escritório Paese&Ferreira.
A implantação das 180h impacta diretamente na qualidade de vida dos trabalhadores e garante isonomia com outras categorias, mas é uma batalha que precisa da persistência e perseverança dos trabalhadores, conforme lembrou o diretor Valmor Guedes (Sindisaúde-RS e Asergh), ao relatar também como a campanha do GHC se desenvolveu. “Precisamos de foco, trabalho de base e unidade na pauta, e essa unidade tem de ser transformada em ação. Não há uma fórmula, e todas as questões técnicas e políticas precisam ser levadas em consideração. É também um exercício individual de se manter perseverante e não dar ouvidos àqueles que dirão que não vale a pena. Vamos manter uma organização clara, onde as entidades representativas, o Sindisaúde, e a comissão escolhida representarão os trabalhadores”, explicou.
Valmor Guedes, diretor do Sindisaúde-RS e da Asergh.
Uma das representantes dos trabalhadores do GHC e delegada sindical, Luciana de Almeida Silva, dividiu com os presentes um pouco da experiência dos higienizadores daquela instituição para alcançar as 180h. Ela contou que muitas pessoas tentaram demover os funcionários da luta, alertando que não faltará quem desdenhe do esforço. “Não é fácil, precisa ter isso como um propósito e estar organizados. Se apoiem, promovam ações, não ouçam a rádio corredor que diz que não vai dar certo”, disse.
A delegada sindical Luciana de Almeida Silva compartilha com os trabalhadores do HCPA a experiência dos higienizadores do GHC na luta pelas 180h.
Os presentes escolheram dois trabalhadores de cada categoria para compor a comissão representativa que irá atuar na construção da campanha com o Sindisaúde-RS e participar das negociações junto à direção do hospital. Após a Assembleia, parte do grupo foi recebida por diretores do HCPA e informou a decisão dos trabalhadores. O presidente do Sindisaúde-RS, Julio Jesien, lembrou que o bem-estar dos colaboradores deve ser uma preocupação do hospital, argumentando que essa é, inclusive, uma tendência mundial, já que trabalhadores valorizados e não sobrecarregados rendem mais. De acordo com ele, as 180h horas já deveriam ser uma realidade no HCPA e o sindicato fará a luta por isso até a conquista.
180h já!
