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Por Julio Jesien, presidente do Sindisaúde-RS. Publicado na seção de Opinião de GZH do dia 5 de junho de 2023
Em 2021, o governo do Estado do Rio Grande do Sul lançou o Programa Assistir, com o objetivo de melhorar a distribuição do financiamento das verbas para os municípios e solucionar problemas históricos na área da saúde. No entanto, não foram incluídos novos investimentos. Quase dois anos após a implementação, observa-se um impacto preocupante na saúde da Capital e Região Metropolitana.
Embora não haja redução no financiamento dos municípios de Cachoeirinha e Alvorada, o financiamento se tornou insuficiente devido ao aumento dos preços causado pela pandemia, que não diminuíram com a queda dos casos e o fim da pandemia. Em Viamão e Canoas, hospitais tiveram perdas significativas em seus orçamentos. O hospital de Viamão deixou de receber cerca de R$ 5,1 milhões anualmente, enquanto em Canoas as perdas ultrapassam os R$ 85 milhões ao ano.
As associações civis privadas avançam, deixando rastros de problemas: o Gamp quebrou sem indenizar os três mil trabalhadores, a Aceni foi afastada da gestão do Pronto Socorro e a Funam também foi afastada pela Justiça do Estado, além das constantes dificuldades de gestão no Nossa Senhora das Graças, todos em Canoas. O Hospital São Vicente de Paulo, em Osório, também teve sua gestão afastada pela Justiça, evidenciando a gravidade do problema.
Por fim, no centro de tantos problemas de financiamento, gerenciamento e escândalos na saúde, estão os trabalhadores em hospitais e casas de saúde. Diante das disparidades proporcionadas pelo Programa Assistir, aqueles que assistem ao fechamento de leitos do SUS se preocupam com desemprego, verbas rescisórias, seguro-desemprego e exclusão de direitos de forma abusiva.
É crucial que gestores, o Estado, trabalhadores e a população discutam a situação da saúde. Não podemos ignorar os problemas que desassistem usuários e trabalhadores, principalmente em tempos pós-pandemia. O sistema de saúde foi colocado à prova e respondeu brilhantemente graças ao empenho dos trabalhadores, que enfrentaram exaustivas jornadas e exposição direta ao vírus. Todos precisam trabalhar juntos para encontrar soluções e melhorar a situação da saúde no Estado